Lembro-me perfeitamente daquele dia 6 de julho de 1935. Esse ano foi o da minha estreia no Himalaia: vínhamos do Caraorum, situado para além da extremidade noroeste da imponente cadeia himalaica. Subíamos um vale resplandecente de cores com as suas rosas bravas, os cravos e o açafrão: o vale do Suru, um afluente do Indo. Diante de nós, elevavam-se dois cumes gêmeos, separados por uma passagem estreita, um deles visivelmente fácil, o outro muito mais inquietante. Lancei um olhar interrogador para o meu companheiro James Walker que, um ano antes, tinha escalado naquela região.
Este livro é muito mais que o simples relato de um êxito.
A descrição de uma maneira tão viva dos simples incidentes da vida de uma expedição, do ambiente em que decorre, das regiões que atravessa, não é o menor dos seus méritos. Os acontecimentos cotidianos podem talvez não dizer nada por si. Porém, são fascinantes para um leitor que não tenha vivido uma experiência deste gênero e não conheça a beleza daqueles países estranhos. Despertam também a nostalgia nos que, como eu, foram uma vez a Caxemira.
Mas nestas páginas há ainda muito mais que tudo isto.
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